segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Metallica x Napster


Shawn Fanning pode não ser lembrado pelos milhares de usuários que hoje compartilham músicas em MP3 pela internet - mas ele é um dos protagonistas da história que começou com uma brincadeira em um computador na faculdade, passou por processos judiciais de gigantes da indústria musical e terminou na constatação de que a mercado tradicional da música (venda de CDs, discos, etc.) jamais será o mesmo.


Fanning tinha apenas 18 anos quando criou, em 1999, o Napster, programa pioneiro de compartilhamento de arquivos sonoros. O nome veio do apelido que tinha na faculdade; a idéia, da vontade de dividir música com os amigos. O Napster alcançou patamares não imaginados na época, se tornando uma espécie de febre entre usuários da internet - e uma praga para bandas, gravadoras e órgãos reguladores.Quando a aceitação da idéia de Fanning tornou-se indiscutível (no auge, o Napster chegou a contar com 50 milhões de usuários), começaram as brigas.


O Metallica de James Hetfield e Lars Urich encabeçou uma luta contra Fanning e seu produto, entrando com um processo na primeira quinzena de abril de 2000. O ícone do metal não imaginava que todos os esforços acabariam sendo em vão - é possível encontrar dezenas de programas que se utilizam do mesmo princípio para o compartilhamento de arquivos - a rede P2P, ou peer-to-peer.



A maior gafe da músicaOs problemas começaram no mesmo ano em que o Napster nasceu, quando a RIAA (Recording Industry Association of America, algo como "Associação da Indústria de Gravadoras da América") processou Fanning por "facilitar a infração de direitos autorais".Mas foi com a entrada do Metallica na discussão que o caso explodiu - a banda combateu, ao lado de outros artistas, a "ameaça" (quebra de direitos dos artistas, que tinham seu trabalho oferecido gratuitamente pelo programa) do Napster, com advogados e declarações na imprensa.



A vitória foi, inicialmente, do lado da indústria - os servidores do Napster foram fechados em 2001. Mas de acordo com veículos especializados, a união de gravadoras, bandas e instituições contra o Napster foi a maior gafe da música. Juntar-se a Fanning para tentar criar uma alternativa - como a venda de músicas em arquivos digitais, a exemplo de redes como o iTunes - teria sido a opção mais inteligente, já que o fim do Napster não teve nenhum impacto no número de downloads de músicas grátis.



Pelo contrário, a circulação de música pela rede mundial sem controle comercial só aumentou.Em 2006, a criação de Fanning (comprada em 2002 por um grupo que passou a vender músicas para os usuários) voltou à rede com um novo programa para comercialização e reprodução de músicas on-line. O serviço não está disponível no Brasil.


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