A rede de LAN houses sueca GGF (Global Gaming Factory) aprovou, em assembleia geral extraordinária, a compra do site de downloads The Pirate Bay, cuja especialidade é a facilitação da troca de arquivos pela internet. A aprovação, ratificada na quinta-feira (27), não trouxe detalhes da direção quanto ao plano que financiará a compra. A polícia sueca anunciou, no começo da semana, uma investigação sobre o caráter da aquisição.
A GGF tinha assegurado horas antes em comunicado que o diretor executivo da empresa, Hans Pandeya, estava disposto a injetar o capital necessário para realizar a operação.
As ações da GGF estão suspensas desde a sexta-feira passada na bolsa de valores sueca Aktietorget, já que a companhia de software não deu qualquer informação sobre como fará o financiamento da compra, tampouco a respeito das garantias de empréstimo.
A companhia tinha anunciado no último dia 30 de junho a compra do The Pirate Bay por 60 milhões de coroas (US$ 8,3 milhões).
O objetivo da GGF é impulsionar o lançamento de um novo modelo de negócio com compensação aos fornecedores de conteúdo e os donos da propriedade intelectual, anunciou na ocasião.
Às dúvidas sobre o financiamento da compra surgidas nas últimas semanas se acrescentaram outras relacionadas com a propriedade dos diferentes domínios do portal sueco ou do nome da marca, que trouxeram incerteza à operação.
A GGF possui uma das principais redes de cybercafés e centros de jogos da Suécia, além de fornecer software, mas nos últimos meses teve problemas econômicos, com perdas no primeiro trimestre superiores a seu faturamento.
Também no começo da semana, uma corte distrital de Estocolmo, na Suécia (país no qual os cofundadores do site são radicados) ordenou que o provedor do Pirate Bay, denominado Black Internet, desconectasse endereço do site de torrents da rede, sob multa de US$ 70,6 mil, caso a determinação não fosse cumprida. O Black Internet informou que seguiu a ordem, afirmando que não teve escolha.
Na noite de terça-feira, o Pirate Bay retornou ao funcionamento, declarando guerra às gravadoras. O site fez uma paródia a um discurso de Winston Churchill (1874 - 1965), afirmando que está vivo --e que vai lutar contra a "tirania" dos detentores de direitos autorais. "Nós temos a inteira confiança de que todos vão cumprir o seu dever, se nada for negligenciado... Vamos mostrar, mais uma vez, que somos capazes de defender os nossos internautas, de sobreviver à tempestade da guerra, e de sobreviver à ameaça da tirania, se necessário, durante anos e, se necessário, sozinhos."
Fonte:
Folha Online